quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

ESTÂNCIA BALNEÁRIA DE SÃO VICENTE



ESTÂNCIA BALNEÁRIA DE SÃO VICENTE

O Brasão de Armas, de autoria do Dr. Lauro Ribeiro Escobar, assim se descreve: escudo baleado, de prata, com um leão rompante de púrpura e bordadura de goles, carregada de oito cruzes páteas de ouro; o escudo é encimado por coroa moral de prata, de oito torres, suas portas abertas de goles tem como suportes, hastes de cana-de-açúcar natural, listel de goles (vermelho) com a divisa "Cellular Mater" em letras de ouro.

São Vicente é um dos 15 municípios paulistas considerados estâncias balneárias pelo estado, por cumprirem determinados pré-requisitos definidos por Lei Estadual. Tal status garante a esses municípios uma verba maior por parte do Estado para a promoção do turismo regional. Também, o município adquire o direito de
agregar junto a seu nome o título de Estância Balneária,
termo pelo qual passa a ser designado tanto pelo expediente municipal oficial quanto pelas referências estaduais.
Por volta do ano 1000, índios tupis procedentes da Amazônia conquistaram a região atualmente ocupada por São Vicente, expulsando, para o interior, os seus habitantes anteriores (os chamados tapuias)9 . Quando a expedição portuguesa comandada por Gaspar de Lemos chegou ao Brasil, em 22 de janeiro de 1502, deu, à ilha, o nome de São Vicente, em homenagem a Vicente de Saragoça, um dos padroeiros de Portugal. O local, no entanto, já era conhecido pelos índios tupiniquins que a habitavam como ilha de Gohayó10 .
Outro fidalgo português, Martim Afonso de Sousa, nomeado pelo rei de Portugal dom João III donatário de duas capitanias hereditárias que incluíam a ilha, foi enviado pela coroa portuguesa para explorar a nova colônia e colocar marcos territoriais no litoral atlântico e no Rio da Prata. Fundou, então, a vila de São Vicente em 22 de janeiro de 1532, não sem oposição dos nativos locais. "Sustentou, por espaço de três anos, contínuas guerras com os bárbaros índios da nação Carijós, Guaianases e Tamoios, que os conquistou apesar da oposição que neles achou, sendo-lhe necessário valer de todo o seu esforço contra a contumácia com que lhe resistiu; porque, na posse da liberdade
natural, reputavam em menos as vidas que a sujeição do poder estranho; mas, vencidos em vários encontros, cedeu a rebeldia para que, com maior merecimento e glória, fundasse Martim Afonso a vila de S. Vicente"11 .
Martim Afonso instalou, então, em sua nova vila, os símbolos do poder organizado, construindo um pelourinho, uma igreja e uma câmara e realizando, em 22 de agosto de 1532, as primeiras eleições em todo o continente americano. Como atividade econômica da nova vila, começou a cultura da cana-de-açúcar e a instalação de engenhos para a manufatura do açúcar, principal produto do período colonial.
Mas a implantação deste esquema exigiu atividades complementares, consideradas secundárias, porém fundamentais para a produção açucareira. Estas eram a pecuária e a agricultura de subsistência. As primeiras cabeças de gado a chegarem ao Brasil vieram do arquipélago de Cabo Verde, em 1534, para a capitania de São Vicente.
Guerra de Iguape
Esta batalha ocorreu entre os anos de 1534 e 1536, na região de São Vicente. Em virtude de uma interpretação particular do Tratado de Tordesilhas, alguns espanhóis, liderados por Ruy Garcia de Moschera,
instalaram-se nos arredores da província vicentina. Aliados aos índios carijós, fundaram uma vila (a I-Caa-Para) e venceram algumas batalhas contra corsários franceses. Quando as forças de defesa luso-brasileiras enfrentaram o continge
nte espanhol, foram prontamente derrotadas. Em contrapartida, Garcia de Moschera e seus seguidores embarcaram no navio francês e atacaram a vila de São Vicente, que saquearam e incendiaram, levando inclusive o Livro do Tombo, deixando-a praticamente destruída, matando dois terços dos seus habitantes. No entanto, em virtude das incursões sistemáticas das forças luso-brasileiras (que arregimentaram outros índios rivais, "de serra acima", cf. Donato, p. 89), os espanhóis foram forçados
a se retirarem: primeiro, para a Ilha de Santa Catarina e, depois, para Buenos Aires.
Barreto (1958) menciona o episódio do saque de São Vicente p
or Moschera, porém datando-o de 1537 (op. cit., p. 258).
Praias
Sem dúvida o grande atrativo da cidade para os visitantes são as praias. A cidade possui cinco praias:
Praia do Itararé
Praia dos Milionários
Praia de São Vicente (mais conhecida como praia do Gonzaguinha)
Praia de Paranapuã
Praia de Itaquitanduva
Hidrografia
Entre os acidentes físicos hidrográficos destacam-se no município: a Baía de São Vicente; a Baía de Santos; o Mar Pequeno; os rios: Bugres, Piassubuçú, Branco, Cacheta, Emídio, Cruz, Cobras, Cubatão, Cubatão de Baixo, Cubatão de Cima, Pilões, Branco de Cima, Acarau de Baixo,
Acarau de Cima, Tapuá, Santana, Guaramar e Pompeba; os córregos: Divisa e Mãe Maria, o Ribeirão Cagecas, a Cachoeira de Itu e o Canal Barreiros.
Clima

Uma das características da região é a alta taxa de umidade relativa durante todo o ano, sempre superior a oitenta por cento. Essa taxa tão elevada resulta de intensa evaporação e das constantes inversões de massa de ar de origem polar associado ao relevo escarpado. As temperaturas médias durante o verão são em torno de 24 graus centígrados; no inverno, em torno dos dezessete graus centígrados
Vias de Ligação
A região da Baixada Santista é ligada à Grande São Paulo por rodovia através do Sistema Anchieta – Imigrantes. A Rodovia dos Imigrantes atinge o Município, cruzando a área da ilha urbana e seguindo em direção à Praia Grande pela transposição do Canal dos Barreiros através da Ponte do Mar Pequeno. Em direção ao Litoral Sul, partindo da Rodovia dos Imigrantes, tem-se a Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, que corta toda a porção Continental do Município entre Serra do Mar e a planície de Samaritá. O Município é cortado de leste a oeste na ilha e na parte continental pelas linhas da América Latina Logística - ALL (antiga malha da Ferrovia Paulista - FEPASA),
que em direção a oeste, interliga São Vicente com Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe; em direção a leste com Santos e em direção ao norte, chega ao Planalto Paulistano, ao sul da Grande São Paulo, em Embu-Guaçu.
Religião
O município pertence à Diocese de Santos.
O município pertence aos Presbitérios de Santos e São Vicente (Para as igrejas protestantes presbiterianas, um conjunto de igrejas forma um presbitério, um conjunto de presbitérios forma um sínodo e
por fim o conjunto dos sínodos o concilio, sendo o Supremo concilio a presidência da igreja no Brasil. No caso do município de São Vicente a igreja Matriz mais as igrejas de Santos, Guarujá, Cubatão e Bertioga formam o Presbitério de Santos enquanto as outras igrejas do município mais as de Praia Grande, Mongaguá, Itanhaem e Peruíbe formam o Presbitério de São Vicente).
Cultura e turismo

São Vicente não guardou muitos vestígios de sua história antiga, embora existam testemunhos valiosos. A cidade hoje é eminentemente turística, e desenvolveu-se muito no século XX devido ao turismo de veraneio, mas tem por base a sua condição histórica antiga com títulos de Cidade Monumento da História Pátria, ou de Cellula Mater da Nacionalidade. Embora a rede hoteleira seja restrita, os veranistas em geral alugam imóveis mobiliados para a temporada. Por ser um balneário antigo, a cidade possui infraestrutura consolidada, especialmente com bares, restaurantes e clubes.
Na semana de aniversário da cidade, ocorrida na data de 22 de janeiro, é realizado o evento que reúne artistas e população, utilizando-se de um grande palco ao ar livre onde se dá a Encenação da vila de São Vicente e se reafirma sua condição histórica.
Pontos turísticos

Praça 22 de Janeiro
O local antigamente conhecido como Largo da Fonte passou a ser chamado por Largo Treze de Maio com a abolição da escravatura em 1888 e, a partir de 1918, passou a ser como uma praça que leva a data da fundação da vila em sua denominação. Nela, podem ser vistos o Relógio do Sol, e as estátuas de Benedito Calixto e do Soldado Pérsio de Queiroz Filho.
Praça João Pessoa

O local antigamente denominado por Largo Santo Antônio abrigava a Casa da Câmara e a Cadeia, foi construído em 1729 e em 1925 foi demolido. Atualmente, abriga o Mercado Municipal, inaugurado em 1929, onde era o centro de abastecimento local. Hoje, abriga algumas lojas em prédio histórico e a atual Igreja Matriz, que teve a sua primeira construção próxima à praia em 1532 e destruída por maremoto dez anos depois, reconstruída pelo povo já na praça em 1559 e atacada pelos piratas Thomas Cavendish em 1590 e Joris Van Spilbergen em 1615. A terceira reconstrução ocorreu em 1757 a partir das bases da segunda e permanece até hoje, tendo sofrido incêndio no ano de 2000 que revelou algumas características da antiga igreja que passam por restauração até a atualidade.
Biquinha

No início da colonização brasileira, o Padre José de Anchieta contribuiu na catequização dos índios e na harmonização do povoado através do colégio vicentino e ministrou suas aulas de catecismo junto à denominada Bica da Fonte do Povoado que, atualmente, é fonte histórica denominada afetivamente como "Biquinha".
Ponte Pênsil

A Ponte Pênsil foi construída em 1914 e projetada pelo Engenheiro Saturnino de Brito que, na época, era aplicação de tecnologia alemã de escoamento de esgoto para a Ponte de Itaipu, e hoje liga a ilha de São Vicente ao continente para o acesso ao município de Praia Grande e é também uma das principais atrações turísticas da cidade pela sua beleza.
Praça Kotoku Iha

Desde 1998, a localidade conhecida pelos pescadores passa a abrigar um recanto japonês pela união da cidade de São Vicente com a de Naha, situada na Província de Okinawa, abrigando a construção de um portal e pedra da sorte à denominada Rua Japão.
Casa Martim Afonso
Em 1895 foi erguido um casarão por Rafael Tobias de Aguiar, conhecido como o II Barão de Piracicaba, que possui nos fundos a mais antiga construção de alvenaria do Brasil, datada da primeira década do século XVI, construída por Cosme Fernandes, o Bacharel de Cananéia, que passou em 1532 a Martim Afonso de Sousa.

Marco Padrão
Em memória à colônia portuguesa, surgiu à região o Marco Padrão, construído em 1932 sobre uma pequena ilha denominada Pedra do Mato, que apresenta escudos representativos de Portugal Quinhentista,
Ordem de Cristo, Atual Pátria Brasileira e de Martim Afonso de Sousa. Ao atravessar a plataforma de pesca e lazer e apreciar-se a vista de toda a Baía de São Vicente, chega-se ao acesso para a Ponte Pênsil.
Parque da Prainha
Em 22 de janeiro de 1502 o navegador Gaspar Lemos, comandado pelo Bacharel Cosme Fernandes, junto a um grupo de degredados construiu o Porto das Naus12 , localizado na área continental e batizou a ilha do lado oposto como "Ilha de São Vicente". Funcionou como estaleiro e comércio. Em 1532, Martim Afonso o transformou como trapiche alfandegário. Já em 1580 abrigou um engenho de cana de açúcar por Jerônimo Leitão. Já

Pero Correa incluiu a Capela de Nossa Senhora das Naus. As instalações foram posteriormente destruídas em um ataque corsário holandês de 1615 por Joris Van Spilbergen.
Morro da Asa Delta
Local explorado para a prática do voo livre, tem seu acesso a partir do Morro do José Menino na divisa com Santos e permite a visão dessas cidades, além de Guarujá, Praia Grande e até Cubatão.

Ilha Porchat
Local frequentado para diversão noturna e altamente explorado em época de veraneio, abriga o Monumento dos 500 Anos do Brasil, projetado por Oscar Niemeyer e localizado no pico da ilha, de onde é possível se obter uma ótima vista da cidade.

Casa do Barão
asarão térreo com reserva ecológica de 6.500m2 construído em 1925 com tijolos, cobertura em telhas francesas, porão e uma grande varanda apoiada em colunas duplas. Serviu de residência ao Barão Kurt Von Pritzelwitz, gerente da firma exportadora de café Theodor Wille & Cia. Em 1946, o imóvel passou a sediar o Instituto São Vicente, e em 1972 o Instituto Histórico e Geográfico de São Vicente, que expõe seu acervo aos visitantes. O casarão conta também com a Biblioteca Municipal em suas dependências. Foi tombado como patrimônio
histórico pelo CONDEPHAAT em 1988.






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